Despertar - Tempo de Crisálida

quarta-feira, 21 de abril de 2010

o lobo da estepe



Pois todos os que com ele se deram viram apenas uma das partes de seu ser. Muitos o estimaram por ser uma pessoa inteligente, refinada e arguta e mostraram-se horrorizados e desapontados quando descobriram o lobo que morava nele. E assim tinha de ser pois Harry, como toda pessoa sensível, queria ser amado como um todo e, portanto, era exatamente com aqueles cujo amor lhe era mais precioso que ele não podia de maneira alguma encobrir ou perjurar o lobo. Havia outros, todavia, que amavam nele exatamente o lobo, o livre, o selvagem, o indómito, o perigoso e o forte, e estes achavam profundamente decepcionante e deplorável quando o selvagem e perverso se transformava em homem e mostrava anseios de bondade e refinamento, gostava de ouvir Mozart, de ler poesia e acalentar ideais humanos. Em geral, estes se mostravam mais desapontados e irritados do que os outros, e dessa forma o Lobo da Estepe levava sua própria natureza dual e discordante aos destinos alheios toda vez que entrava em contato com as pessoas.
Quem, entretanto, imaginar que conhece o Lobo da Estepe e pode analisar sua existência lamentavelmente dividida, incorrerá, sem dúvida, em erro, pois ainda não sabe tudo...
Herman Hess
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Céu da vista aqui de casa através da parede de vidro, onde fica a minha janela... madrugadinha

sexta-feira, 16 de abril de 2010

a ancestralidade musical de minha infância


Via de identidade histórica, foi na garagem da casa dos meus avós que tudo começou. Esse é um modelo original, 133, vitrola Philipis, portátil. Funciona a energia elétrica. Se não me engano ela é da década de 70.

musicando


05:00 a.m, sexta feira. Até chegar aqui obedeci a certo critério de organização de postagem.
A primeira etapa foi o registro fotográfico do momento meu com as minhas coisas aqui em casa. Dipois, transferência de arquivo da máquina pro computador... sigo com a seleção das imagens. Adiante já tenho ciência que as primeiras postagens serão as últimas então, seleciono a ordem de imagem.
Os textos aparecem quando há necessidade da palavra.

serenata


Fiz algumas fotos... sempre ouvindo música baixinho. A madrugada é o único momento de silêncio urbano. Vento sereno lá fora, sem tumulto dentro ou fora de mim. Sono

O pífano


O pífano
O sopro
O som
O tom
A música, a sensação, o sentido, o manifesto, a vibração, extensão... a propagação, a nota.
A música, o toque, a poética, a vontade, a entrega, o respiro, o suspiro... enfim, o ar!

O presente


Foi um encontro, ou reencontro. Estávamos os três.
Em pauta, a discussão de nossas vidas. Fruto disso veio o disco como um presente. Teve dedicatória, como é do costume registrar. Tomamos cervejas.

meu neguinho favorito

Bem bacana decifrar esse som. O pensamento ganha extensão com qualidade sensível.




a vitrolinha


o encontro


Livros


Os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro apontando pra expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.



Caetano V.

Bagunça

Havia sempre uma pequena desordem no abrigo dos pensamentos dela... muitas anotações, que como as estrelas lhe faziam companhia entre o sentir e o pensar.
Avaliava coisas tolas toda madrugada à procura do sono profundo. Suspirava, molhando a garganta seca.... ela prosseguia em seus raciocínios, narrativas silenciosas que daçavam balé dentro de sua cabeça. Ousou olhar ao redor de si, depois disso olhou pra dentro, lá dentro, bem fundo, profundo. Aos pouquinhos acumulou paz . Consciência de si, ser inacabado.

Entre Palavras


Entre as palavras quase sempre... é assim que me encontro. Tenho passado os olhos nesse livro com certa frequência. Bacana como descreve o movimento que reivindicou por eleições diretas para presidente no Brasil.
Censura à imprensa, prisões, violência policial...processo de redemocratização do país... no mínimo interessante o livro.

envolvida com essa leitura


Uma amiga pegou o livro emprestado na estação do metrô, deixou por cá um tempo e agora estou parcialmente envolvida no que ele tem a dizer.
O livro propõe tratamentos naturais, por meio de plantas medicinais para diversos problemas.
Bem bacana!

Ainda sem resposta


Me refiro a alegria mansa que tece preciosos trechos de vida.

os elefantes


Curioso como o acaso os trouxe para tão perto de mim, sempre impondo-se como fascínio peculiar que se desvela por inteiro.

eles, os elefantes


Fabrico um elefante de meus poucos recursos.
Um tanto de madeira, tirado a velhos móveis talvez lhe dê apoio.
E o encho de algodão, de paina, de doçura.
A cola vai fixar suas orelhas pensas.
A tromba se enovela, e é a parte mais feliz de sua arquitetura.
Mas há também as presas, dessa matéria pura que não sei figurar.
Tão alva essa riqueza a esponjar-se nos circos sem perda ou corrupção.
E há por fim os olhos, onde se deposita a parte do elefante mais fluída e permanente, alheia a toda fraude.
Eis meu pobre elefantes pronto pra sair à procura de amigos num mundo enfastiado que já não crê nos bichos e duvida das coisas.
Ei-lo, massa imponente e frágil que se abana e move lentamente a pele csoturada, onde há flores de pano e nuvens, alusões a um mundo mais poético onde o amor reagrupa as formas naturais...
Carlos Drummond de Andrade

teles, drica e o davi na barriga


"Debaixo d'água... sereno, confortável, amado, completo."
Ele tá chegando pra ganhar o mundo inteirinho como presente.
A barriga dela assemelha-se a grande proteção, casulo harmônico que mais se parece com um poema.
Estão felizes e em muita sintonia... os três!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Removedor de ceras/parafina


A criação exige cuidado, preparo...

atenção aos detalhes, delicadeza, paciência, organização, empenho, suavidade, boa vontade e em muitos casos: planejamento.


Inquieta e tomada pelo impulso de produção, promovi o caos em toda cozinha. A bagunça pareceu não ter fim... essências, corantes, pavios, vidros e muita, muita parafina por toda direção.

Houve um momento em que todo o piso ficou escorregadio. Várias foram as tentativas em vão. Água quente, álcool, raspagem e nada movia a parafina de lugar. Na internet, quase não encontrei informação. Enfim...


Para remover toda a parafina já endurecida do piso, pia, fogão, mesa de vidro etc, segue uma dica: REMOVEDOR INGLEZ. O produto que remove ceras velhas também pode ser utilizado na remoção de óleos, gorduras e graxas e no caso da parafina me serviu bem. Foi como mágica. Fácil de usar, basta aplicá-lo com o auxílio de um pano seco e espalha-lo sobre a superfície desejada esfregando. Em seguida água e sabão.
Informações sobre o produto em: www.ingleza.com.br/produtos

Removedor de Parafina



Ideal para remoção de ceras à base de solventes, além de manchas, graxas e resíduos oleosos em tecidos e outras superfícies.

domingo, 4 de abril de 2010

O início


Pelo ato de confiar,
a inocente manobra das mãos dança o balé da intuição. Não há rompimento com a delicadeza, ao contrário, florescem as cores... é o desabrochar do arco-íris.

Significação


Eis o próprio pensamento, avulso dos revestimentos talhados... olha-me e suspira.

Uma outra estação



(...) Meu sonho quer apenas o tamanho da minha alma, - exato, luminoso e simples como um anel.
Cecília Meireles

Tentativa


O resultado!

O alecrin


Jessie...ela está sempre vestida de sol, natureza itinerante... fruto vermelho da terra, pássaro solto na floresta...

A composição



Iniciado o processo de reconstrução, respira-se!
A renovação exige manutenção... sou dispersa e selvagem, o que tanto me limita.
Desenho novos esboços da realidade. Quero flutuar com a leveza daquilo que é cintilante, poeirinha lunar, chuva de estrelas.
Jardim, plantas úmidas, folhagens... joaninha, borboleta, tatu- bola e louva-deus. Quero garôa fresca na primeira manhã... quero a compreensão.

A perspectiva



Haveria o enlace, o acordo, a gentileza, a compreensão, sol brilhando, dia claro, a inspiração, a feira, as frutas, as flores, o copinho de doce de leite, as ofertas, a poética, a realidade, a companhia, a comunhão, a tapioca, as sementes, o encontro, a presença, o perfume, o céu azul e o coração.
Haveria vida, sorriso saudável, pensamento trabalhado, a criação... a infância, a velhice, as passagens, o entendimento e a comoção...
Haveria sim e seria a glória.

Narrativa




Madrugada movida pela música do silêncio.
Brisas brandas movem as transparentes águas por onde flutuam os sonhos.
Sozinha, com o seu perfume... cheia de preguiça.

Serenata de Outono


O desenvolvimento de minha sensibilidade se constrói por meio da reverência que presto ao silêncio.
Quero sempre um novo despertar, sentir pulsar um novo alvorescer, correr e mais uma vez me calar e assim muda, quem sabe melhor me compreender.

O retrato falante


Grão-semente da imaginação... suave é o segredo da existência.