Despertar - Tempo de Crisálida

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Pensamento
















Quando os pés caminham em desacordo com o pensamento é porque não existe mais a poesia.


As escolhas cegas que acolho todos os dias me trazem rápido os resultados. Não encontro conforto no casulo das esperanças vãs.


Tudo feito errado e em comum acordo. Acordei esta manhã muito próxima dos velhos penhascos... abismos de inquietude me fazem não ter vontade de viver. Não existe mais a brandura mansa da esperança sem intervalos. Sinto eclodir a cada instante o peso conciso da falha. O coração ainda não habituado a resistência oferecida pelos espinhos do cactos humano.


Minha tristeza precede novas tristezas a cada entardecer. Não me sinto impune aos atos acovardados. Fui traída por minha própria valentia. De tanto gritar perdi o fôlego.

Amanheceu cinza, dentro e fora de mim. Gritos e acusações me despertaram de novo. Estamos estabelecidos e profundamente entrelaçados no equívoco. Eu e ele. Ele e eu.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

As Tulipas














imagem da internet/tulipas

Quero brotar em terras favoráveis à vida. Cultivar apenas o que poder expandir o compasso sugerido.

A cada passo dado pareço não encontrar o caminho...
Imagem/internet/tulipas

Bem agora eu penso sobre:


- O despertar da consciência e dos sentidos.
-As escolhas cegas acolhidas todos os dias.
-A lenta possibilidade que oscila.
- O despertar
-A ruptura
- Um jardim crespo e cheio de intervalos.

Mulheres que correm com lobos

Imagem da internet/floresta

Sempre em busca de vias "inviáveis"... imaginando que suportar o peso dos atos emudecidos resultaria em um instante de glória... àquele em que o alívio imediato compensa toda a falta de ar.
Emoções silenciadas pela esfera polar.

Não saberia mais me definir... nem mesmo aproximar-me disso... estou diluída na confusa existência.








terça-feira, 22 de junho de 2010

Ana B./Casa da Mão/Roland Barthes





A Câmara Clara - Meus primeiros diálogos com Barthes foram intermediados pela pessoa justa: Ana B.
Já meus primeiros diálogos com a própria Ana B. foram possíveis através da Casa da Mão (laboratório de criação da Comunicação/UCB).
Minha experiência por lá floresceu encanto em mim. Adorei as manhãs de quinta-feira em contato direto com a arte experimental. Eu achava tudo sempre charmoso.
Na Casa da Mão conheci então a Ana B. que no semestre seguinte seria minha professora de Introdução a Fotografia. Foi ela quem me apresentou Barthes.
A partir dos trabalhos desenvolvidos sob a orientação da Ana fui desenvolvendo grande afeição por ela e profunda apreciação pelo seu conhecimento, pela forma ponderada como conduzia as aulas, pelos assuntos propostos, pelos textos, pelo próprio ponto de vista crítico e elaborado e principalmente pela delicadeza e sensibilidade dela como artista.
Veio a Câmara Clara como bibliografia do plano de ensino mostrando pra mim que há na fotografia algo que toca de modo peculiar quem a olha.
Nada fiz senão concordar.
Apesar de minha relação com a fotografia ser de pouca intimidade, insisto em querer aprender.

Escola x Periferia






Aonde está a igualdade de oportunidades?
Como fazer desenvolver o ensino num país onde a educação não é prioridade social?

Lamentável... é com grande pesar que publico essa fotografia feita hoje, em uma escola classe da periferia do DF.
Avalio que crianças oriundas de colégios assim terão pela frente desafios maiores do que àquelas inseridas em outro contexto social e econômico. Até aqui nenhuma novidade, contra determinados fatos poucos são os argumentos plausíveis.

Por essas e outras razões torna-se difícil aceitar o Brasil como república democrática.
Não existe democracia quando o poder está concentrado nas mãos de poucos e quando diretos e garantias constitucionais são sucessivamente infringindos a olho nu.
É brutal a desigualdade de oportunidades, e em definitivo isso muito me ofende.




Pequenos Cidadãos


Tarde de terça-feira, em meio a tanta coisa por fazer um telefonema para o Teles definiu meus passos. Fui acompanhá-lo no registro de um evento interno da escola em questão.
Era hora do recreio. Crianças reunidas no pátio assistiam a uma peça infantil. Na cantina alguém fritava pastéis para o lanche... parecia dia de festa por ali.
Percebi entre os pequenos alguma inocência proveniente de sua condição de crianças.
Ouvi muitos risos e observei atentamente o que também parecia acontecer em silêncio, dentro de suas mentes. É SEMPRE bacana ver sorrir àqueles que sabem fazê-lo com espontaneidade.



quinta-feira, 17 de junho de 2010

Extremo

Há quem diga que eu dormi de touca
Que eu perdia a boca, que eu fugi da briga
Que eu caí do galho e que nao vi saída
Que eu morri de medo quando o pau quebrou
Há quem diga que eu não sei de nada
Que eu não sou de nada e não peço desculpas
Que eu não tenho culpa, mas que eu dei bobeira
E que Durango Kid quase me pegou
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender
Eu, por mim, queria isso e aquilo
Um quilo mais daquilo, um grilo menos disso
É disso que eu preciso, ou não é nada disso...
Sérgio Sampaio - Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua

sábado, 12 de junho de 2010

Projeto Vila Cauhy - DF




















A Vila existe há mais de 40 anos, tem cerca de 1.400 moradores e teve como grande apoiador o deputado Jorge Cauhy.
A UCB em parceiria com a disciplina Agência Exp. de Comunicação Comunitária e os cursos de Comunicação Social e Serviço Social realizam nesse sábado um projeto de assistência à comunidade local oferecendo oficinas de grafite, leitura, fotografia e humanidade.
Percebi no decorrer do dia de trabalho na Vila, que a carência maior é de atenção, afetividade e respeito.






quarta-feira, 26 de maio de 2010

relato




Organizo fora para reorganizar por dentro. Busco uma fresta de ar que me permita existir despida dos excessos.

o mundo




















O mundo e as fotografias.

Tudo que os meus olhos puderam ver me encheram de grande fascínio.

o filtro

Pequenos prazeres colecionados no decorrer do existir:
O doce refúgio do Lar;
O silêncio;
A mansidão;
O filtro de Barro;
A jarra de Barro;
O amanhecer;
O entardecer;
Não há exatidão, apenas pequenos prazeres que relacionados
trazem novos sentidos.

a herança



O Tacho de Cobre -
Ancestralidade mineira, resquício colonial.
Do enredo sei bem pouco. Existe um outro lado de mim que desconheço por completo.
Inventaria uma história se me sobrasse criatividade ou se houvesse em mim boa imaginação, porém, na tentativa arquitetada de preencher as lacunas do tempo acabei me perdendo em inúmeros intervalos de vida.
Continuo resistente, insisto em respirar. O processo é válido e a transformação possível. Penso nisso com a impressão de que tudo se cria de dentro pra fora, na mente.. de resto, há ilusão.

O barro

Preciosa por sua simplicidade e tb por conservar a água sempre fresca.
A jarra de barro é uma das coisinhas lindas que aprecio em casa.
É madrugada, vento frio pela janela. Pensamentos desorganizados buscam a aprendizagem.
Inútil tentar adaptar rosas silvestres a realidade tempestiva... é nisso que penso.

Vovó e o hobby*


Afinidade é o que nos une em silenciosa comunhão. Trata-se do entendimento que supera o verbo.
Me reconheço em minha avó a cada instante compartilhado.
O hobby* (nao sei como se escreve), foi um presente dela quando não se fazia exigência de data especial ou motivo comemorativo.
Tão macio, desliza no corpo com intimidade.
Rico em sua delicadeza e significado. Momento meu e dela... juntas depois de um cochilo pela tarde.
Tão bom que podem ser, muitos dos laços de família!
Querida minha avó... me compreende através de olhares mudos. Muito pouco me contesta. Conheçe a matéria da qual sou feita, respeita a natureza que me define.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Cetim

O tecido visto de perto. Cetim com estampas florais. É preciso extrair a máxima delicadeza de viver... florescer se faz urgente como nova composição de vida.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

o lobo da estepe



Pois todos os que com ele se deram viram apenas uma das partes de seu ser. Muitos o estimaram por ser uma pessoa inteligente, refinada e arguta e mostraram-se horrorizados e desapontados quando descobriram o lobo que morava nele. E assim tinha de ser pois Harry, como toda pessoa sensível, queria ser amado como um todo e, portanto, era exatamente com aqueles cujo amor lhe era mais precioso que ele não podia de maneira alguma encobrir ou perjurar o lobo. Havia outros, todavia, que amavam nele exatamente o lobo, o livre, o selvagem, o indómito, o perigoso e o forte, e estes achavam profundamente decepcionante e deplorável quando o selvagem e perverso se transformava em homem e mostrava anseios de bondade e refinamento, gostava de ouvir Mozart, de ler poesia e acalentar ideais humanos. Em geral, estes se mostravam mais desapontados e irritados do que os outros, e dessa forma o Lobo da Estepe levava sua própria natureza dual e discordante aos destinos alheios toda vez que entrava em contato com as pessoas.
Quem, entretanto, imaginar que conhece o Lobo da Estepe e pode analisar sua existência lamentavelmente dividida, incorrerá, sem dúvida, em erro, pois ainda não sabe tudo...
Herman Hess
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Céu da vista aqui de casa através da parede de vidro, onde fica a minha janela... madrugadinha

sexta-feira, 16 de abril de 2010

a ancestralidade musical de minha infância


Via de identidade histórica, foi na garagem da casa dos meus avós que tudo começou. Esse é um modelo original, 133, vitrola Philipis, portátil. Funciona a energia elétrica. Se não me engano ela é da década de 70.

musicando


05:00 a.m, sexta feira. Até chegar aqui obedeci a certo critério de organização de postagem.
A primeira etapa foi o registro fotográfico do momento meu com as minhas coisas aqui em casa. Dipois, transferência de arquivo da máquina pro computador... sigo com a seleção das imagens. Adiante já tenho ciência que as primeiras postagens serão as últimas então, seleciono a ordem de imagem.
Os textos aparecem quando há necessidade da palavra.

serenata


Fiz algumas fotos... sempre ouvindo música baixinho. A madrugada é o único momento de silêncio urbano. Vento sereno lá fora, sem tumulto dentro ou fora de mim. Sono

O pífano


O pífano
O sopro
O som
O tom
A música, a sensação, o sentido, o manifesto, a vibração, extensão... a propagação, a nota.
A música, o toque, a poética, a vontade, a entrega, o respiro, o suspiro... enfim, o ar!

O presente


Foi um encontro, ou reencontro. Estávamos os três.
Em pauta, a discussão de nossas vidas. Fruto disso veio o disco como um presente. Teve dedicatória, como é do costume registrar. Tomamos cervejas.

meu neguinho favorito

Bem bacana decifrar esse som. O pensamento ganha extensão com qualidade sensível.




a vitrolinha


o encontro


Livros


Os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro apontando pra expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.



Caetano V.