Quando os pés caminham em desacordo com o pensamento é porque não existe mais a poesia.
As escolhas cegas que acolho todos os dias me trazem rápido os resultados. Não encontro conforto no casulo das esperanças vãs.
Tudo feito errado e em comum acordo. Acordei esta manhã muito próxima dos velhos penhascos... abismos de inquietude me fazem não ter vontade de viver. Não existe mais a brandura mansa da esperança sem intervalos. Sinto eclodir a cada instante o peso conciso da falha. O coração ainda não habituado a resistência oferecida pelos espinhos do cactos humano.
Minha tristeza precede novas tristezas a cada entardecer. Não me sinto impune aos atos acovardados. Fui traída por minha própria valentia. De tanto gritar perdi o fôlego.
Amanheceu cinza, dentro e fora de mim. Gritos e acusações me despertaram de novo. Estamos estabelecidos e profundamente entrelaçados no equívoco. Eu e ele. Ele e eu.